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Carreira militar: quais as vantagens para o médico?

Por:

Nayara Simões

- 02/07/2021

militar

Nenhum profissional é igual. Metas, objetivos, estilo de vida e prioridades são alguns dos aspectos que se diferem de pessoa para pessoa. Na área da Saúde, alguns indivíduos apresentam dúvidas sobre optar ou não por uma carreira militar. Porém, é preciso ter em mente que essa não é uma escolha para qualquer um.

Avaliar o plano de carreira e a similaridade desse tipo de trajetória com o que se deseja profissionalmente é fundamental. Para que um médico não tome uma decisão impulsiva, entender as vantagens e as desvantagens desse tipo de serviço é essencial para evitar arrependimentos no futuro.

A seguir, listamos algumas vantagens e desvantagens que envolvem a trajetória militar. Todas as informações foram reunidas com base em uma entrevista exclusiva, realizada com o radiologista Rogério Torres Homem, tenente-coronel médico da Aeronáutica.

Principais vantagens

  1. Estabilidade financeira e contratual

Um dos principais pontos evidenciados dentro da prática militar é a grande vantagem de ter estabilidade em meio a momentos instáveis da economia nacional. De acordo com o radiologista Rogério Torres Homem, esse é um ponto positivo, pois há um plano de carreira. “Esse plano existe para que as promoções aconteçam, o que faz com que você não seja exonerado da função que exerce”, explica o especialista.

  1. Benefícios vitalícios

Outra vantagem nesse cenário são os benefícios garantidos ao servidor do exército. “Um médico militar, por exemplo, tem direito a uma aposentadoria proporcional ao tempo de trabalho, além de digna, quando comparada ao valor do soldo recebido (fundo de pensão)”, revela o profissional. Ele também aponta que tal garantia faz com que, na velhice, isso não seja um grande ônus para o profissional ou para sua família.

  1. Aprendizado e “espírito de corpo”

Segundo Torres Homem, outra vantagem é que, ao servir às Forças Armadas, uma pessoa aprende o que é “espírito de corpo”. “É possível compreender melhor o que é fazer parte de uma célula importante, que funciona de forma harmônica, eficaz e resolutiva. Isso porque, se você faz a sua parte sem questionar a função dos outros, há uma facilidade para que a engrenagem gire e as coisas aconteçam de fato”, destaca.

O médico acrescenta que, nesse caso, há uma relação de confiança. “Aqueles que têm a função de planejar planejam. Os que têm a função de decidir decidem. Os que têm a função de executar executam. Assim como os que têm como função analisar os resultados para gerar melhorias futuras também o fazem”, explica.

 E as desvantagens?

O especialista da Aeronáutica aponta que, para analisar o âmbito de desvantagens, dois pontos podem ser levados em consideração: a personalidade das pessoas e a possibilidade de transferências. “Nas Forças Armadas, deve-se ter disciplina e resiliência dentro das características profissionais. Porém, esses aspectos sempre estarão associados a muito aprendizado e satisfação profissional”, detalha.

No âmbito das transferências, Torres Homem explica que, em algumas especialidades ou áreas de atuação, como a Aviação e a Infantaria, é possível que haja a necessidade de serviço para outra região do país de tempos em tempos. “Em meu caso, por ter ingressado na área de Saúde como um especialista, pude ficar mais tempo no hospital de quarto escalão, por ser imprescindível a minha presença nesse tipo de atendimento como vantagem para toda a tropa”, revela.

Civil ou militar?

Após entender as principais vantagens e desvantagens de se tornar um médico militar, é ideal que haja um alinhamento de expectativas e metas. Dessa forma, será possível realizar a escolha mais assertiva para um futuro profissional. Por outro lado, independentemente da escolha, Torres Homem acredita que os dois cenários propõem benefícios. “Não sirvo especificamente a minha unidade ou a um só comandante. Isso seria uma visão obtusa. Sirvo a minha família, a minha comunidade, a todos os cidadãos que precisam de paz, segurança, saúde, emprego e dignidade para seguir suas vidas”, garante.

Segundo o especialista, a escolha da atividade civil ou militar não é um empecilho para uma prática livre e com foco no paciente. “Hoje, mesmo em uma grande instituição civil com atuação nacional, teremos como pilares para seleção e início da atuação: conhecimento, treinamento de habilidades e atitudes, disciplina, hierarquia, muito trabalho e dedicação. Assim, sua contribuição profissional será vista como fator importante no conjunto, ao trazer sucesso e reconhecimento àquilo a que você se dedica”, assegura.

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