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Dia Internacional da Mulher: panorama da feminização da Medicina

Por:

Raquel Prazeres

- 08/03/2021

Feminização da Medicina

O aumento significativo das mulheres na Medicina evidencia que elas, ao longo das últimas décadas, vêm assumindo cada vez mais espaço no universo da graduação e no mercado de trabalho. Apesar de ainda serem maioria entre os médicos em atividade no Brasil, os homens vêm, gradativamente, “perdendo” esse espaço. É o que alguns estudiosos do tema chamam de “feminização da Medicina”.

Segundo a pesquisa Demografia Médica no Brasil de 2020, organizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), os homens representavam 53,4% entre os médicos e as mulheres, 46,6%. Há cinco anos, na pesquisa de 2015, médicos homens somavam 57,5% do total, e as médicas, 42,5%. Trinta anos atrás, em 1990, as mulheres eram 30,8%. Pensando em demonstrar essa evolução ao longo dos anos, o Universo DOC preparou um panorama com os dados sobre a feminização da Medicina. Confira!

Percentual de médicas ao longo dos anos

Maior presença de mulheres começa em 2009

Ao analisar os novos registros de médicos nos CRMs entre 2000 e 2019, percebe-se a evolução mais recente da participação das mulheres na Medicina.

No ano 2000, por exemplo, 4.572 homens registraram-se nos conselhos, contra 3.594 mulheres – 56% e 44%, respectivamente. Em 2009, as médicas passaram a ser maioria. Do total de inscritos naquele ano, 50,4% eram mulheres e 49,6%, homens. Em 2019, 21.941 novos médicos fizeram suas inscrições, dos quais 57,5% eram mulheres e 42,5%, homens.

Distribuição de novos registros médicos entre 2001 e 2019

Faixa etária da feminização

Nos grupos mais jovens, as mulheres já são maioria em 2020. Elas representam 58,5% entre os médicos de até 29 anos e são 55,3% na faixa etária de 30 a 34 anos. Na outra ponta da lista, entre os profissionais com mais de 70 anos, elas ocupam apenas 21% dos cargos. Entenda um pouco mais desse cenário em outras faixas etárias:

Feminização da Medicina

Distribuição entre gêneros no Brasil

A distribuição dos médicos segundo gênero, por unidade da Federação, não é homogênea. No país, em 2020, os homens são 53,4% e as mulheres, 46,6%, mas a participação das mulheres vai de 37,7% no Amapá a 51,6% em Alagoas. Rio de Janeiro (50,9%) e Pernambuco (50,2%) são outros estados onde as mulheres já são mais da metade da força de trabalho médica. Nove estados – seis deles do Norte e Nordeste – têm menos que 42% de mulheres. Em São Paulo, onde está cerca de um quarto dos médicos do país, 46,5% são mulheres.

Distribuição de especialistas segundo gênero

A distribuição, segundo o gênero, de médicos titulados e de especialistas em cada especialidade é um indicador de tendências de feminização da Medicina. Entre os homens, 62,9% são especialistas. Entre as médicas, 59,5% têm título de especialista.

Ao considerar as 55 especialidades, os homens são maioria em 36 delas e as mulheres, em 19. Ou seja, 34,6% das especialidades têm maioria de mulheres.

Especialidades com maior participação feminina

  • Dermatologia: 77,9%
  • Pediatria: 74,4%
  • Endocrinologia e Metabologia: 70,6%
  • Alergia e Imunologia: 67,4%
  • Medicina de Família e Comunidade: 58,7%
  • Ginecologia e Obstetrícia: 57,7%
  • Clínica Médica: 53%