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Baixa demanda de pacientes: qual o impacto na gestão da clínica?

Por:

Nayara Simões

- 31/01/2021

baixa demanda de pacientes

Gerir uma clínica ou um consultório médico é uma tarefa que exige organização e planejamento. Nesse contexto, uma dedicação intensa em relação ao gerenciamento de agenda é fundamental para que todos os processos da instituição fluam adequadamente. Afinal, a baixa demanda de clientes pode aplicar impactos negativos à gestão como um todo.

Além disso, deve-se levar em consideração que, no caso das clínicas médicas, por exemplo, o serviço se concentra em mais de um consultório. Portanto, é ideal construir um fluxo equilibrado de pacientes. De acordo com a psicóloga Márcia Campiolo, especializada em Gestão de RH e autora do livro Agenda médica: muito além do trivial, é sempre de crucial importância que o fluxo de pacientes permaneça com elevados índices de consultas em todos os consultórios do serviço.

Para que isso ocorra, segundo Márcia, é fundamental conhecer o índice máximo de atendimento que cada consultório pode comportar, assim como o percentual que é desejado pelos profissionais. “Esses números podem ser conhecidos por meio de cálculos matemáticos – entram na equação inúmeros dados sobre as características do atendimento”, explica. Entre esses dados estão:

  • Horas de trabalho semanal
  • Dias da semana trabalhados
  • Tempo de fragmentação de horários entre consultas

Segundo a especialista, o ideal é que cada consultório se mantenha com pelo menos 80% do índice máximo otimizado de atendimento. “A demanda de pacientes deve ser cuidadosamente acompanhada e o gestor deve ficar atento ao menor sinal de oscilação negativa. Além disso, não deve perder o “time” do momento de intervir e executar estratégias que possam reverter ou amenizar substancialmente o problema”, assegura.

Márcia acrescenta ainda o papel do planejamento e de um controle eficiente como forma de estar preparado para possíveis dificuldades. “É fundamental que o gestor tenha um olhar crítico sobre os dados do serviço médico e possa estar sempre planejando estratégias para possíveis intervenções caso a situação de queda se mantenha”, destaca.

Impactos da baixa demanda de pacientes

Uma demanda elevada e constante deve ser mantida para que o serviço médico possa se sustentar. Dessa maneira, segundo Márcia, será possível manter o fluxo de caixa, planejar investimentos, cumprir com compromissos financeiros e ter perspectiva de crescimento. “Já a baixa quantidade de atendimentos deixa o serviço médico, assim como seus profissionais, estagnados na linha de sucesso, com baixas perspectivas para a carreira”, revela.

Como solucionar?

Márcia destaca algumas atitudes essenciais para solucionar o problema com a baixa demanda de pacientes. Como primeiro passo, ela explica que é importante identificar os índices de atendimento em relação ao máximo da capacidade otimizada dos consultórios, o índice atual de atendimento e os de atendimento desejáveis. “A partir de uma identificação precisa do problema, é necessário que sejam traçadas estratégias para tentar minimizar ao máximo possível a baixa demanda de clientes”, assegura.

Ela acrescenta ainda que, para que isso ocorra, é preciso, também, uma análise das características da origem dos pacientes que vêm sendo atendidos nos últimos meses (particulares, operadoras etc.). “Com isso, é mais fácil traçar estratégias, uma vez que será possível identificar as áreas mais apropriadas para ser otimizadas”, reforça.

E como evitar a baixa demanda?

Veja algumas dicas concedidas por Márcia Campiolo aos gestores de clínicas sobre como lidar com o gerenciamento da agenda:

  1. Observe os movimentos da agenda. Entenda que ela se comporta como um organismo vivo e costuma oscilar em sua performance;
  2. Use sua criatividade na busca de soluções;
  3. Fique atento ao índice otimizado de consultas de cada consultório;
  4. É importante manter um estreito diálogo com os médicos para que se chegue a soluções de agenda integradas com a equipe.