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Gestão financeira: disciplina que faz falta nas faculdades médicas

Por:

Julia Lins

- 22/01/2021

gestão financeira

Abrir o próprio consultório é o sonho de grande parte dos estudantes e residentes de Medicina. Porém, o consultório médico é uma empresa, um negócio próprio e deve ser encarado e gerenciado como tal. Mas, para isso, em primeiro lugar, é preciso entender de gestão financeira.

Por isso, a disciplina de finanças deveria ser uma disciplina presente na grade curricular das faculdades de Medicina no Brasil. De acordo com Francinaldo Gomes, neurocirurgião e educador financeiro, o conhecimento de finanças permitiria que o médico possa avaliar se o consultório é viável economicamente e lhe ajudaria a realizar uma gestão financeira eficiente. “Dessa forma, o consultório deixaria de ser uma fonte apenas de gastos e passaria a contribuir para o sucesso da carreira do médico, tornando-se sustentável e aumentando continuamente o patrimônio líquido”, afirma.

Além disso, o conhecimento de finanças e investimentos possibilitaria ao médico construir fontes de renda passiva, renda que não depende do trabalho, ao longo da sua carreira, para que possa enriquecer com o seu trabalho e ter uma aposentadoria tranquila.

Quais problemas poderiam ser evitados no dia a dia do médico, caso a disciplina de gestão financeira fosse implementada nas faculdades?

  • Endividamento excessivo
  • Processos ético-profissionais
  • Decepção com a profissão
  • Má reputação por não dar a devida atenção aos pacientes
  • Trabalho excessivo e jornadas extenuantes
  • Síndrome do Burnout
  • Problemas familiares

De olho no futuro

Para Francinaldo, caso as faculdades de Medicina resolvessem implementar a disciplina de finanças em sua grade curricular, a disciplina teria que ser obrigatória para alunos do 5º e 6º anos, uma vez que estes estão prestes a entrar no mercado de trabalho e começarão a ter renda. “Tal disciplina será bem mais acolhida se os professores forem médicos com expertises e formação na área financeira e que também estejam atuando no mercado financeiro”, ressalta.

De acordo com o educador financeiro, os cursos deveriam abordar os seguintes tópicos:

  1. Inteligência financeira;
  2. Planejamento financeiro;
  3. Reserva de emergência;
  4. Proteção financeira patrimonial;
  5. Alocação de recursos;
  6. Montagem da carteira de renda fixa;
  7. Construção da carteira de ações;
  8. Montagem da carteira de fundos imobiliários;
  9. Técnicas de remuneração de carteira com derivativos;
  10. Gerenciamento de risco.

Controle de dívidas no início da carreira

Outra questão enfrentada pelo jovem médico são as dívidas no começo da faculdade. Ao assumir dívidas, o médico pagará juros para as instituições financeiras de tal forma que ele contribuirá para o enriquecimento da instituição e não para seu próprio enriquecimento. Nesse cenário, novamente, se faz necessário o ensino de finanças nas faculdades de Medicina.

Por isso, para poder planejar as finanças e ter tranquilidade durante a residência médica, o especialista acredita que adotar formas baratas de ter uma vida rica e ter um planejamento tributário eficiente são as melhores medidas. “Elas possibilitam ao médico estancar dois grandes ralos financeiros no começo da carreira sem ter que se privar das coisas boas da vida”, aconselha.

De acordo com Francinaldo, entre as formas baratas de ter uma vida rica, o médico pode:

  • Fazer compras no atacado;
  • Usufruir de bens e serviços sem precisar ser dono;
  • Usar programas de cashback;
  • Realizar compras on-line.

Em resumo, planejar as finanças é um fator essencial que faz toda a diferença no sucesso de qualquer profissão. E, quando tratamos da carreira médica, isso não seria diferente. Por isso a disciplina financeira nas universidades se faz tão necessária a todos os tipos de pessoas, mas principalmente a médicos que pretendem se tornar donos de seu próprio negócio.

Entretanto, enquanto os cursos não adotam essa matéria como parte de sua grade, que tal se manter atualizado sobre finanças em nosso portal?