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Sustentabilidade na Saúde

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- 10/01/2020

A palavra sustentabilidade foi usada pela primeira vez no ano de 1987 pela ex-ministra norueguesa Gro Brundtland. O assunto a que se refere já se tornou mais do que uma boa ideia, é quase uma obrigação, no atual momento. Seu conceito está relacionado com atitudes e estratégias ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. Desenvolver algo de forma sustentável é pensar no meio ambiente e no progresso ao mesmo tempo, suprindo necessidades do presente sem impedir que as gerações do futuro satisfaçam as suas.

Dicionário da sustentabilidade

  • Sustentável: que se pode sustentar/Que tem condições para se manter ou conservar.
  • Sustentar: segurar para que não caia; suster, suportar/Conservar, manter.
  • Stakeholders: pessoas ou organizações que podem ser afetadas pelos projetos e processos de uma empresa.
  • Rapport: o estabelecimento de confiança, harmonia e cooperação em uma relação.

Aplicar o conceito na área da Saúde pode trazer benefícios para o gestor, para os médicos, enfermeiros, recepcionistas, pacientes e todas as partes envolvidas e interessadas na instituição médica. Para desenvolver isso não há fórmula simples, pois envolve abordagens que vão desde a engenharia do espaço até às práticas do dia a dia.

Conforme Roberta Valença, especialista e consultora de Gestão e Educação para a Sustentabilidade, o segredo está na conexão da cadeia de valor da Saúde que, se direcionada para um relacionamento de longo prazo, com objetivos comuns e alinhados às necessidades da sociedade, levando em consideração suas externalidades sociais, ambientais e econômicas, consequentemente, os interesses dos acionistas e de todos os stakeholders serão bem-sucedidos. “Primeiramente, reunir pessoas-chaves para tocar o processo é muito importante, pois a inserção da sustentabilidade se dá desde o planejamento estratégico e resvala em todas as áreas, tornando todos os colaboradores protagonistas”, explica.

Segundo Claudio Salles Vieira, médico com experiência no âmbito de gestão em saúde, o ambiente deve ser planejado com materiais sustentáveis e aproveitamento da luz natural e artificial de baixo consumo para reduzir gastos com energia, proporcionando estrutura ergonômica para médicos, funcionários, pacientes e acompanhantes.

É preciso avaliar investimentos feitos por gestores na área de eficiência energética, pois, além de ser vital para o negócio, é geradora de muito custo. Para assegurar a rentabilidade do empreendimento, é necessário definir indicadores claros e objetivos que monitorem os resultados a longo prazo. “Entretanto, é importante lembrar sempre que a sustentabilidade é para o ser humano”, completa.

Resíduos

Os resíduos hospitalares, inclusive, são uma preocupação importante – seu correto manuseio e descarte podem evitar a promoção de doenças. Sobre isso, a enfermeira Cristiane Teixeira explica que a legislação brasileira é ampla e compreende uma variedade de resíduos que são gerados nos hospitais, como material médico-hospitalar, medicamentos e resíduos de cozinha e de obras. Esses materiais devem ser isolados no ponto de descarte e transportados por empresas licenciadas por órgãos ambientais, atendendo às legislações vigentes (RDC 306/2004 e lei nº 12.305/2010). “Em hospitais, é obrigatório a constituição de uma Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde que implementa e treina as ações voltadas para o descarte de resíduos e outras medidas que visem promover a sustentabilidade”, aponta Cristiane.

Papel do gestor

“A tarefa mais difícil para um gestor é estabelecer sólidos vínculos de confiança com as áreas operacionais” nos conta o pediatra Paulo Abrahão. Ele define que é preciso ainda estabelecer metas ligadas aos objetivos e à missão do empreendimento, evitando os custos excessivos que desequilibram os orçamentos e vinculando-o a um projeto social ligado a sua especialidade. Assim, é possível instituir um próspero intercâmbio entre as boas práticas e quem mais necessita. Estabelecer parcerias com universidades para absorver internos e, se possível, residentes, tendo como consequência a elevação do nível técnico de baixo consumo para reduzir gastos com energia, proporcionando estrutura ergonômica para médicos, funcionários, pacientes e acompanhantes. É preciso avaliar investimentos feitos por gestores na área de eficiência energética, pois, além de ser vital para o negócio, é geradora de muito custo. Para assegurar a rentabilidade do empreendimento, é necessário definir indicadores claros e objetivos que monitorem os resultados em longo prazo. “Entretanto, é importante e operacional também é interessante, segundo o pediatra.

Investir em tecnologias que agilizem o diagnóstico, automatização do laboratório de análises clínicas, radiografia digital e, o mais importante, investir na reciclagem dos gestores e do pessoal ligado à área operacional, são as principais medidas para tornar um consultório/clínica um empreendimento sustentável, no intuito de promover não só a saúde do paciente, como a preservação ambiental.

Noções obrigatórias para sustentabilidade na Saúde

  • Informações gerais sobre o ciclo da vida dos materiais;
  • Conhecimento da legislação ambiental, de limpeza pública e de vigilância sanitária;
  • Definições, tipo e classificação dos resíduos e seu potencial de risco;
  • Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;
  • Conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;
  • Orientações quanto ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC);
  • Orientações sobre biossegurança (biológica, química e radiológica);
  • Orientações quanto à higiene pessoal e dos ambientes;
  • Orientações especiais e treinamento em proteção radiológica, quando houver rejeitos radioativos;
  • Providências a serem tomadas em caso de acidentes e de situações emergenciais;
  • Visão básica do gerenciamento dos resíduos sólidos no município;
  • Noções básicas de controle de infecção e de contaminação química.