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Saúde no Youtube

Por:

Universo DOC

- 10/01/2020

Com a evolução das plataformas digitais, ferramentas na internet possibilitam um contato maior entre as pessoas. Para o médico, um leque de oportunidades se abre, podendo o meio digital ser uma forma de divulgar seu conhecimento e expandir a promoção da Saúde. Seguindo um fenômeno do século XXI, o site YouTube, cresce o número de médicos que assumem uma segunda função, a de youtuber.

O youtuber é um comunicador que utiliza essa plataforma para ter acesso à casa das pessoas, expor ideias e conversar com os espectadores. Entre os jovens a moda já é mania, existindo, atualmente, as chamadas web celebrities. Entre os médicos, o meio está em popularização. O famoso e conceituado Drauzio Varella é um comunicador na área da Saúde conhecido pelo grande público que já se rendeu ao site. Seu canal possui mais de 500 mil inscritos e divulga vídeos às segundas e quintas-feiras, explicando conceitos médicos ao público leigo e propagando a educação do paciente. (https://youtu.be/r9rGLaQ03Qs)

Segundo Bruno Garcia, o professor de Marketing e Negócios no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) e mestre em Administração, o digital pode ser uma excelente ferramenta para a criação de valor para a relação médico-paciente. “O médico pode, como exemplo, gravar vídeos para o YouTube explicando os casos que mais atende ou peculiaridades da área atuante, ou seja, atender ao interesse do público-paciente que tem. Isso ajuda a reforçar a credibilidade e o posicionamento do profissional, além de conscientizar seu paciente. Melhor do que uma pesquisa no Google, que não tem confiabilidade, essa é uma forma de levar a informação qualificada, trabalhar sua reputação e seu relacionamento e gerar valor para o paciente”, define.

Levando informação para o paciente

O pediatra e homeopata Moises Chencinski lançou seu primeiro site em 2006, no qual postava os diferentes textos que escrevia para entregar aos pais de seus pacientes, sanando dúvidas sobre a primeira infância. Com o respaldo de uma assessoria, passou a ser chamado para dar entrevistas em meios de comunicação tradicional e, alguns anos mais tarde, migrou para a comunicação por meio do Youtube. (https://youtu.be/8mcFk777lmY)

“É preciso entender a dinâmica do site, que costuma dar maior visibilidade a vídeos curtos. A ideia principal é fugir da aula, encontrar sua própria linguagem. Eu falo de um jeito que tem uma característica marcante. Se você lê o que eu escrevo, vem a uma consulta, me ouve no rádio ou me assiste pelo YouTube, vai perceber que sou a mesma pessoa em todos os meios, não sou um personagem”, explica.

A linguagem simples e clara é utilizada para sanar dúvidas e questões dos pacientes, que encontram no vídeo um meio rápido de conseguir a informação de que precisam. “É um modo que eu tenho de passar uma informação atualizada, de forma simples e ética, e que, por vezes, atinge aquelas pessoas que não têm acesso a um médico pediatra”, declara.

Uma forte possibilidade, ao se expor no YouTube, é a angariação de novos “pacientes”, que, tomados por alguma dúvida, sentimento de identificação ou agradecimento, desejam comunicar-se com o médico que veem pela tela do computador.

Chencinski afirma receber cerca de 2.500 perguntas por mês de pacientes e não pacientes. O pediatra aproveita os intervalos na agenda no consultório e se mantém disponível, durante todos os dias da semana, para sanar as dúvidas de quem o procura. “Minha intenção é sempre a de orientar e não de substituir a consulta. Já recebi mensagens de brasileiros que residem nos mais variados lugares do país, e também no exterior, e faço questão de responder a todos eles. Essa parte da comunicação, para mim, como médico, é realmente gratificante”, conta.

Com o objetivo principal de servir informação, acolhimento e apoio, Chenchinski explica que seus vídeos têm origem nas dúvidas que encontra em seu consultório e em sua caixa de mensagens eletrônica. O pediatra relata que tenta entender a limitação de quem o assiste, buscando sempre explicar e informar da maneira mais simples e embasado pelas fontes com maior credibilidade e confiabilidade, como as instituições sérias na área da Saúde.

Reportagem por Bruno Bernardino